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A fibromialgia é uma doença complexa cujos sintomas clássicos se caracterizam essencialmente por dor músculo-esquelética generalizada, muitas vezes migratória, que tende a iniciar-se num ponto específico, generalizando-se ao longo do tempo e transformando-se em dor crónica.

O seu diagnóstico pode ser demorado, e é comum a pessoa percorrer várias especialidades médicas até que o mesmo seja identificado.

São frequentes muitos outros sintomas como:

– Fadiga e cansaço matinal;

– Alterações do sono;

– Enxaquecas;

– Intolerância frio/calor;

– Bexiga Hiperativa;

– Alterações gastrointestinais

Existem vários fatores que podem estar associados ao agravamento de alguns sintomas, como por exemplo: frio, excesso de esforço físico, preocupações constantes, alterações de humor, estilo de vida acelerado.

Por vezes, pode ser difícil determinar se parte dos sintomas são efetivamente um sintoma “primário” da fibromialgia, ou se por outro lado, são sintomas que se vão instalando na sequência do cansaço e da convivência com um estado de dor.

Naturalmente, alguém que experiencia no seu dia a dia um desconforto / dor quase permanente, não consegue ter o mesmo rendimento (global) nem qualidade de vida, comparando com uma pessoa que não a experiencie, e tal condição, traz consequências para a vida das pessoas.

Qualquer condição de dor crónica é muito incapacitante do ponto de vista não só físico, como psicológico.

As pessoas que padecem de dor crónica, apresentam com frequência comorbilidade com outras patologias como depressão e ansiedade, porque inevitavelmente o seu modo de vida passa a estar altamente condicionado.

A fadiga constante e a incapacidade de dar resposta a todas os afazeres diários (trabalho, gestão familiar, social) leva as pessoas muitas vezes a ter que abdicar da sua atividade profissional, a desinvestir de atividades que anteriormente eram prazerosas, a isolar-se com maior frequência, o que desencadeia sentimentos de menor valor, culpa, ineficácia.

Tudo isto associado a um processo de dor é muito angustiante, doloroso do ponto de vista psicológico e difícil de integrar, sobretudo quando socialmente é cada vez mais preconizada (erradamente!) a ideia de que temos de estar sempre no modo “fazer, fazer” e onde os limites são largamente ultrapassados.

Não existe um tratamento único para a fibromialgia. Cada pessoa é orientada mediante a sintomatologia que apresenta, e é fundamental que exista uma avaliação multidisciplinar. As indicações terapêuticas são habitualmente combinadas e pode incluir o recurso a medicação, apoio psicológico (intervenção comportamental), fisioterapia, acupuntura, pilates, exercício físico adaptado, entre outras opções, no sentido de garantir o bem-estar e melhorar a qualidade de vida.

Cecília Santos

Psicóloga Clínica e da Saúde

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