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Hoje, primeiro domingo do mês de maio, celebra-se o dia da Mãe!

A necessidade de encontrar um dia que fosse dedicado às mães, surgiu nos EUA, mas rapidamente se generalizou a outros países e culturas. Em Portugal este dia foi inicialmente assinalado a 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, assumindo desde logo, um significado religioso (ligado à conceção de Jesus Cristo, Virgem Maria). O dia da mãe foi entretanto, deslocado para o primeiro domingo de maio, mantendo a conotação religiosa – o mês de maio é o mês de Maria, mãe de Jesus. O dia em que se celebra o dia da Mãe varia, no entanto, de país para país, de acordo com as suas tradições e cultura, não tendo uma data universal fixa.

A mais antiga comemoração do dia das mães remonta à mitologia grega. De facto, já na Grécia antiga as festividades da primavera pretendiam também homenagear a mãe de Zeus (rei dos deuses gregos). Da mesma forma, os romanos também celebravam e homenageavam a Deusa Mãe, Cibele (mãe do deuses), nas festas religiosas que decorriam no mês de março – mês da primavera, símbolo da fertilidade e da renovação da natureza.

Assim, a tradição do dia da mãe pretende, de alguma forma, homenagear a mulher enquanto figura geradora de vida e a maternidade!

História e mitologia à parte, o importante é compreendermos a importância deste dia! Na correria da vida agitada, este dia pretende que, intencionalmente, possamos tirar tempo de qualidade com a/os nossos filha/os, para as mães que somos e para as filha/os que também somos!

Estes últimos dois anos, o dia da Mãe, foi assinalado de forma discreta, temerosa, à distância, online, em virtude do estado de pandemia. Este ano, é tempo de recuperar abraços, beijos e afetos.

Aproveite estas sugestões: tire tempo para estar com a/os seus filha/os; mostre-lhes que também tem tempo para a sua mãe (a modelagem de comportamentos é essencial); junte a família alargada, pais e avós e preparem um almoço de família, façam um piquenique (o tempo vai ajudar!), recheado de muitas brincadeiras e diversões. Usem jogos de tabuleiro! São uma ótima ferramenta para ligar gerações! Tirem fotografias divertidas e construam álbuns! Escrevam mensagens uns aos outros que traduzam o quanto gostam uns dos outros e a importância que tem na vida uns dos outros! Façam desenhos! Escrevam cartas de afetos! Contem histórias da vossa infância – traquinices e peripécias! Peçam aos avós para falarem de quando eram pequenos aos vossos filhos! Eles vão adorar e divertir-se imenso! Mostrem-lhes as vossas fotografias de quando eram crianças!

Com os mais crescidos tirem a tarde numa esplanada, façam um passeio e conversem! Conversem muito! Riam. Conheçam mais sobre os Vossos filhos e deem-se a conhecer também! Use as tecnologias e façam uns vídeos divertidos para as memórias futuras! Fotografem-se uns as outros! Registem os sorrisos. São esses que contam!!

Este dia é dedicado a todas as mães nas diferentes formas, modos e ações de o ser!!

Às mães que cuidam dos seus e dos outros, como sempre fizeram, desdobradas em mais trabalho, em mais tarefas, em mais, mais…

Às mães que acabaram de o ser – que vivem apaixonadas pelo ser pequenino que tomam e que carregam no colo; às mães que ainda não se apaixonaram, e que vivem um estado de ambivalência de sentimentos; às mães que deixam os bebés nas maternidades e regressam sozinhas, a casa; às mães que o foram antes do tempo previsto… às mães que não o chegaram a ser…às mães que já o são no coração…

Às mães que não tiveram barriga. Mães que escolheram amar os filhos de outras barrigas (não é só nem apenas uma gravidez que nos torna mães) que amam, cuidam, tomam conta, que adotaram, que não tendo tido dois corações a bater dentro de si, tem o seu coração fora do peito.

Às mães, cuidadoras informais dos seus filhos, crianças e/ou jovens, e que abdicaram de uma vida profissional para fazer o que melhor sabem fazer: cuidar! Que enfrentam diariamente as vulnerabilidades e fragilidades dos seus filhos, que lutam pelos direitos à inclusão e educação.

Às mãe-polvo que estiveram em casa, em teletrabalho nos períodos de confinamento, com inúmeros braços, a gerir as mil e uma tarefas (as domésticas e as profissionais)! Às mães que todos os dias foram à escola em casa e que acompanharam o #Estuda em Casa! Que sabiam de cor os nomes dos professores e os horários das aulas em casa! Às mães que deixaram os filhos entregues a terceiros, para trabalhar, no estado de pandemia.

Às mães que não tem trabalho. Mas que trabalham muito em casa.

Às mães estrelas no céu. Mães quê também são filhas e estão a lidar com a perda.

Às mães que perderam os seus filhos, numa ordem (des)natural das coisas… a quem a vida pôs à prova.

Às mães que o são sozinhas, por opção; às mães que o são, sem o terem escolhido.

Às mães que passam noites inteiras acordadas, sem pregar olho, vigilantes, na cabeceira dos filhos quando estes estão a arder em febre; às mães, de ouvidos apurados, que nem linces, que fecham os olhos mas, não dormem… que correm ainda não ouviram o choro do bebé; às mães pezinhos de lã…

Às mães que cheiram a mel, a doces, a bolos quentinhos, que apaziguam medos do escuro, que são fadas dos dentes de madrugada, que escondem ovos de Páscoa e contam histórias de magia; que ensinam com o coração, com amor, quê são abraços e beijos, gargalhadas e risos!

Às mães que choram de cansaço, de exaustão, que não pedem ajuda, mas que gritam por dentro de dor.

Às mães que não dormem até que oiçam os filhos a rodar a chave na porta, que já mais crescidos, saem à noite.

Hoje, em particular, às mães que orgulhosas, e com o coração grande, estão a acompanhar os seus filhos finalistas, na bênção das pastas, a “queimar as fitas”, na imposição das insígnias, naquela que é uma das maiores academias do país (Universidade do Porto), após dois anos de interregno!!

A todas mães, feliz dia! Hoje, o NOSSO coração é ainda maior!!

Carla Moreira

Psicóloga educacional.

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