A definição de emoção ainda não é consensual entre os vários autores que escrevem sobre o tema, mas pode-se utilizar uma definição que, de um modo geral, define bem o conceito: A emoção “é um impulso neural que move um organismo para a acção” (Casanova, Sequeira & Silva, 2009).
Ao longo dos tempos, vários autores tentaram encontrar uma definição que fosse consensual mas, até hoje, essa não foi encontrada, sendo que certos autores têm várias definições, neste caso podemos falar, por exemplo, de Damásio.
Segundo Damásio a emoção é a “combinação de um processo avaliatório mental, simples ou complexo, com respostas disposicionais a esse processo, na sua maioria dirigidas ao corpo propriamente dito, resultando num estado emocional do corpo, mas também dirigidas ao próprio cérebro (núcleos neurotransmissores no tronco cerebral), resultando em alterações mentais adicionais” (Damásio, 2011).
As emoções estão presentes em toda vida humana, nas ações, no processamento dos estímulos e em toda a motivação.
Tudo aquilo a que os indivíduos são sujeitos produz uma emoção, seja ela qual for, seja ela momentânea ou duradoura. É, no entanto, muito difícil para a maioria das pessoas encontrar uma maneira de definir o que é a emoção no geral ou até definir o que são para elas as emoções como a alegria, a surpresa, a tristeza, etc.
Isto indica que as emoções se traduzem em experiências diferentes para cada pessoa e que é impossível haver duas definições de emoção iguais visto que, para cada pessoa, as emoções são distintas e experiências semelhantes podem causar reações emocionais desiguais. É também possível afirmar que as emoções são algo que não existe apenas na mente das pessoas, mas que também se manifestam a nível corporal tendo, cada uma, diferentes “sintomas”, como por exemplo vómitos causados pelo nojo ou tremores causados pelo medo, e diferentes expressões faciais que revelam às outras pessoas as emoções que se está a sentir, mesmo só durando algumas fracções de segundo.
Pode-se também falar sobre os processos cognitivos e neurológicos necessários para que a emoção seja manifestada pela pessoa. Os processos que, no fundo, fazem com que perante um determinado estímulo, como por exemplo a presença de uma cobra, cause medo e não alegria. Processos neuronais que estão já bem definidos para algumas emoções, como é o caso do medo, mas que ainda estão relativamente pouco estudados no que toca a outro tipo de emoções.
Outro dos exemplos quotidianos que refletem o incessante papel das emoções na vida do ser humano, é a busca pelo sucesso. Esta busca, leva a que o individuo se veja necessitado de um amplo espectro de competências, quer sejam elas sociais e/ou pessoais que lhe são impostas pelos desafios da sociedade e pelas constantes mudanças a que o mundo está sujeito. Isto vai ser preponderante nos sucessos que são alcançados ao longo de uma vida, estando presentes na iniciativa, pro-actividade, adaptabilidade, empatia, capacidades de persuasão, de negociação e de liderança, tendo em conta que será necessário recorrer a estas capacidades, até à velhice e iniciando-se em tenra idade.
Isto mostra que as emoções têm uma influência muito importante no indivíduo, podendo ditar o seu futuro, quer a nível profissional quanto a nível das relações com o outro. Pois, dependentemente das características emocionais do indivíduo a sua reação, os seus comportamentos e atitudes vão ser influenciados por elas.
Com tudo isto, pode-se concluir que as emoções têm um papel imprescindível nas interacções sociais que o homem vai encontrando ao longo da sua vida e que influenciam o modo como este se irá relacionar com diferentes pessoas e fazer umas escolhas em detrimento de outras. Têm também um papel muito importante nas relações amorosas e na vinculação que é criada entre os dois intervenientes dessas relações. Assim as emoções estão presentes em todas as tomadas de decisões, comportamentos e pensamentos do individuo, sendo extremamente importante para a inserção e para a vida em sociedade e para a sobrevivência da espécie humana.
Ricardo Ribeiro Silva
Psicólogo Clínico