Saúde da Mulher
A importância da saúde da mulher é de tal ordem, que o Grupo de Estudos de Saúde da Mulher da APMGF, reativado em 2016, teve como objetivo promover a reflexão, discussão e estudo de temas relacionados com a Saúde da Mulher nos Cuidados de Saúde Primários e na prática da Medicina Geral e Familiar, tendo por ponto de partida que as diferenças relacionadas com o sexo e género influenciam a saúde das mulheres.
Em todas as áreas da saúde há uma preocupação e dá-se enfase à saúde da mulher. Inclusive ao longo do ano faz-se diferentes ações de sensibilização, para promover o despertar na prevenção de várias doenças que afetam a saúde física e mental das mulheres.
Importância de cuidar da saúde da mulher?
A saúde da mulher envolve diversas questões e exige uma assistência plena. Afinal, o organismo feminino tem particularidades importantes.
Nesse sentido, o próprio papel das mulheres na sociedade é decisivo. Isso porque, as suas decisões, responsabilidades e cobranças influenciam a manutenção de uma vida saudável.
Isso vai desde as orientações nas suas primeiras fases da vida, até o acompanhamento psicológico, o apoio gestacional, a prevenção geral de doenças, atenção às alterações hormonais, processos de consciencialização, entre inúmeros outros aspetos.
Portanto, é papel dos profissionais de saúde e das redes de assistência, atuar de maneira humanizada, contínua e proativa junto da MULHER.
Isso não inclui apenas os médicos, mas também enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, entre muitos outros agentes promotores de saúde.
A saúde da mulher só pode ser garantida com assistência de qualidade, informação, cuidado e pleno acompanhamento. Juntos, esses fatores representam o foco de qualquer profissional que atende o público feminino.
A prevenção é o caminho para a saúde da mulher
Manter a saúde da mulher é, acima de tudo, estar em dia com a prevenção. Isso porque, existe uma série de doenças próprias do sexo feminino, e o seu combate é de suma importância.
Nesse sentido, mais que manter um estilo de vida saudável, as mulheres devem ficar atentas ao diagnóstico precoce desses males, que tem fundamental importância para um tratamento bem-sucedido.
Entretanto, muitas outras condições merecem atenção. Apesar de algumas dessas condições também atingirem o sexo masculino, elas são mais frequentes nas mulheres.
Os exemplos incluem o cancro da mama, do colo do útero, cistite, fibroadenomas e quistos da mama, ovário poliquístico, osteoporose, corrimentos atípicos, mioma uterino, HPV, entre outros.
Reforço como é importante para todas as mulheres manterem um acompanhamento contínuo com o seu médico de confiança.
A relação entre saúde da mulher e burnout
Infelizmente, a saúde da mulher está mais sujeita a perturbações de ordem psicológica como o burnout.
Isso porque, apesar dos avanços e das conquistas, ainda há uma visão ultrapassada em relação ao papel feminino na nossa sociedade.
Por mais que as mulheres tenham adquirido independência e assumido o seu lugar no mercado de trabalho, muitas ainda estão sujeitas às “jornadas duplas”.
Ou seja, depois de cumprir a sua rotina profissional, há ainda a cobrança para que realizem as tarefas domésticas, cuidar da família e dos filhos.
O acúmulo de funções leva a um processo de esgotamento físico e mental, que resulta no burnout.
Somado ao cansaço excessivo, podem ocorrer sintomas como dores, dificuldades de concentração, mudanças no apetite e no humor, enxaquecas, depressão, entre outros.
Somadas, essas consequências prejudicam progressivamente a saúde da mulher e podem gerar problemas sérios.
Quando isso ocorre, é fundamental mudar os hábitos quotidianos e procurar tratamento psicológico e psiquiátrico.
Entretanto, indica-se que se evite certos padrões que levem ao burnout. Por isso, é importante aprender a dizer “não”, dividir as responsabilidades da casa, tirar mais tempo para seus hobbies e lazer, tratar e reduzir o stresse, entre outros cuidados relacionados.
Outro estudo, executado pela Locked Down, Burned Out e publicado pela editora De Gruyter, na Alemanha em 2020, mostrou que a interrupção de relações importantes para a saúde mental, como a convivência social, e a desigualdade no mercado de trabalho também influenciam esses índices. Mesmo com as diferenças a diminuir, as discrepâncias de salário e de tipo de emprego entre os gêneros continuam graves.
Conclusão
A saúde da mulher jamais deve ser negligenciada pelas redes de assistência. Isso torna-se ainda mais importante se considerarmos todos os aspetos que as envolvem.
Seja na prevenção de doenças, na consciencialização sobre o seu corpo, no combate a certas questões sociais, entre outros aspetos semelhantes, trata-se de um compromisso de toda a sociedade preservar a saúde, a segurança e a qualidade de vida das MULHERES.
Fátima Nunes
Psicóloga Clínica
Diretora do Instituto do Desenvolvimento